Contos eróticos, por Mel e Alveris

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segunda-feira, 15 de março de 2010

O anjo do trem


Eu precisava atravessar a cidade para poder encontra-lo. Eram dias de ausência que me angustiavam, mas bastava ouvir sua voz quente e doce no telefône para esquecer de tudo, das noites de solidão, dos dias longod e chatos. Asua voz macia sempre me convidava:
"Vamos tomar um vinho? Estou livre hoje a noite. Vem!
Nauqela noite, peguei o trem logo após o trabalho. Meu coração vibrava diferente quando ia encontra-lo. Acidade ficava mais viva ao meu redor, mas nada me chamava a atenção. Eu não via a hora dele abrir a porta para poder me jogar nos seus braços.
Só que, naquele dia, um olhar me chamou atenção. Não foi uma troca de olhares, mas um olhar distante lançado para fora do trem. Um rapaz, de cabelos rebeldes em corte moicâno. Olhava a cidade de uma maneira distante e ausente. Fiquei fascinado por aquele anjo da noite; eu, um pequeno Deus perverso, indo me encontrar com um homem mais velho, mais experiente, mas agora seduzido por um desconhecido. Por um olhar. Bastou apenas isso. Um olhar. E eu quis abandonar tudo. Ir ao encontro daquele rapaz. Esquecer do amante das noites de vinho e poesia, para ir ao encontro do anjo desgrenhado. Por que ele estava com o olhar tão distante? O que passava pela sua alma naquele momento? Uma paixão perdida? Uma vontade de se perder no meio do labirinto da cidade grande?De ser encontrado por alguém, por mim?
Perdi meu anjo de cabelos rebeldes na estação segunte. Tive que deixa-lo naquele trem sombrio, com seu olhar perdido, com sua cabeleira moicâna e desgrenhada. Tive que deixa-lo sem meus beijos, sem minhas caricias, sem minha paixão...
Quando me encontrei finalmente com meu amante, não senti mais vontade de me atirar em seus braços. Ele me parecia tão... velho!
Mas, por um momento, esqueci do anjo do trem e entrei naquele apartamento sentindo o mesmo aroma de sempre.
Quando me viu diante de sí, ele se atirou pra cima de mim com a furia de um desejo incontrolavel. Me despiou e me devorou de beijos. Estava no centro da sala sentindo sua boca percorrendo meu corpo, meu sexo, me levando a um prazer sem limites, ao desconhecido de mim mesmo. Ele conseguiu me fazer esquecer do anjo de olhar distante. Tudo voltou a ser como deveria ser. Me deixei levar até a cama. Sua boca continuava sendo um caçador voraz. Os lençois foram jogados para o chão no meio da nossa batalha erótica. Nossos corpos nus agiam numa harmonia encantadora e perversa. Eu subi em cima dele, fiquei invertido, sentindo sua boca em regiões proibidas no meu corpo, enquanto meus lábios comprimiam seu sexo por inteiro. Quando tudo termiou, fiquei estirado na cama, esquecido, saciado. Ele fez ginástica na minha frente. Tive vontade de rir. Me pareceu algo patético, uma tentativa de voltar a ter o corpo jovem de outrora." Fui campeão de vôlei na minha juventude", ele disse, pra se justificar. Esbaforido, parou e foi tomar banho. Antes, me beijou. Beijos ardentes, mas eu não senti nada. Aproveitei para ir embora. Nunca mais voltaria. Não deixei nem mesmo um bilhete. Fugi. Deixei como lembrança a marca de meu corpo nos lençois. Na volta, encontrei meu anjo no trem. Dessa vez, ele não me escaparia. Ficamos um diante do outro. Não havia mais distância em seu olhar, apenas um convite, que eu aceitei. Quando ele, com um toque de cabeça, me chamou para segui-lo, eu me levantei e o segui. Sem saber para onde ele iria me levar...

Escrito por Alveris

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